• setembro 30, 2015

Cortar, para quê?

Cortar, para quê?

Todos os governantes brasileiros têm uma enorme dificuldade, a saber: diminuir a máquina da administração e, assim, cortar gastos. Independentemente da bandeira partidária. Reduzir os custos não é com eles, preferem aumentar ou o valor dos impostos ou criarem outros. Mesmo em tempos de crise como a que se vive agora. Alguns deles ensaiam alguma coisa, mas acabam fazendo uma maquiagem na estrutura administrativa. Daí as secretarias (no caso da presidente) e gabinetes (nos Estados e nos municípios) com status de ministérios e secretaria. Estratégia utilizada para não perderem apoiadores no Parlamento. É pensando nisso, que a presidente Dilma resistiu à ideia de diminuir 10 de seus 39 ministérios. Mas foi obrigada a ceder. A reforma ministerial está a caminho.

 

Esta é uma bela notícia. Porém não se pode deixar de frisar a resistência e o cuidado para não ferir sensibilidade de partidos e de dirigentes partidários. Tanto que ao PMDB já foi garantido cinco pastas. Afinal, apesar dos pesares, os peemedebistas constituem seu ‘porto seguro‘ (contradição!). Responsáveis, aliás, na última terça-feira (22/09) pela manutenção de 26 dos 33 vetos da presidente, além de serem capazes de tocar e/ou barrar qualquer pedido de impeachment.

Isto posto, cabe trazer para esta análise o porquê os governantes têm grandes dificuldades em reduzir o tamanho da máquina administrativa. É com ela, afinal, que eles mantêm controlada a maioria, senão todos os parlamentares, sob o argumento equivocado da chamada governabilidade.

Acrescenta-se a este quadro, a falta de planejamento do governo, da gestão. Todos, independentes das siglas, pecam com relação ao planejar. Tal constatação, no caso dos governos petistas, se dá desde o início, em 2003, quando o PT assumiu o comando central do país. Ignorou-se, tanto com os governantes estaduais e municipais, o planejar e o cortar gastos. E, olhem, planejamento precede e preside a ação, e esta se desenvolve também em uma área de incertezas. Incertezas promovidas por crises econômica e política.

Resultando-se daqui: a paralisia do crescimento, o desemprego e a diminuição do consumo. Daí a insatisfação e o descontentamento da população. O que deságua na baixa popularidade da presidente Dilma e na baixa aprovação do seu governo. Um governo que desconhece a importância do planejar como ferramenta também da gestão pública, e assim ele próprio perde sua capacidade. E isto é muito ruim. Pois a capacidade do governo se refere ao capital intelectual, organizativo e técnico que a equipe de governo dispõe para o exercício de suas funções.

Perder, portanto, a sua capacidade é distanciar de qualquer possibilidade de solucionar os reais problemas do país. Isto vale para os prefeitos e governadores.

Entende-se, então, o porquê a presidente Dilma Rousseff não apresentou planos claros do corte de 10 de seus ministérios. E não os apresentará. Infelizmente! Em razão disso, cabe acrescentar, nenhuma ação será implementada, com o fim de afastar as crises que hipnotizam o país, e assustam os brasileiros, os quais já há um bom tempo vem sentindo no bolso a alta da inflação.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta. E-mai: lou.alves@uol.com.br. 

 

Fonte: Gazeta Digital
Edição: Siagespoc – MT
Crédito Imagens: Google

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