- maio 22, 2018
SINPOL-MT QUER ACABAR COM O DESVIO DE FUNÇÃO DE IPC’S
O artifício de atribuir a guarda patrimonial aos Investigadores de Polícia, prática costumeira verificada principalmente em delegacias do interior, precisa acabar. Esta é a opinião da presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de Mato Grosso – Sinpol-MT, Edleusa Mesquita, exposta em ofício encaminhado ao diretor de Atividades Especiais da Diretoria Geral da Polícia Civil – DGPC, delegado Rogério Modelli.
Muitos municípios recorrem a esta irregularidade tentando contornar o problema da falta de efetivo, mas a solução é realizar concurso público para a ampliação do quadro de Investigadores, de acordo com Edleusa Mesquita.
Atualmente, o ingresso na carreira de investigador se dá mediante concurso público. A lei exige nível superior dos candidatos. Depois de aprovado, o ingressante deve submeter-se a um curso na Academia de Polícia. Não é razoável, portanto, desviar um profissional com formação específica em investigações de crimes para a atividade de guarda patrimonial, segundo analisa a sindicalista.
A conseqüência inevitável desta irregularidade, que ela considera muito negativa para a população, é a falta de efetivo para cuidar das investigações, como recomenda o dispositivo legal pertinente.
O vice presidente do Sinpol-MT, Gláucio Castañon, disse que a Polícia Civil tem hoje mais de 200 unidades onde funciona o regime de plantão, regime este que implica em uma carga de trabalho de 24 x 72, ou seja, 24 horas de trabalho por 72 horas de descanso. Isto quer dizer que são necessários pelo menos quatro investigadores em cada unidade para fazer a guarda patrimonial do prédio.
Por essa linha de raciocínio, há mais de 800 investigadores cuidando de prédios. A conclusão óbvia é que profissionais de nível superior, pessoas qualificadas, estejam desempenhando função de guarda do patrimônio. “Nós não concordamos que o investigador seja desviado de sua função de investigar crimes”, afirmou Castañon.
Para Edleusa Mesquita, não há mais tempo hábil para o Governo realizar um concurso este ano devido ao período eleitoral. E mesmo que seja feito um, no próximo ano, a nomeação dos aprovados só ocorrerá em 2020, porque há outras etapas a serem cumpridas para a nomeação dos aprovados. O envelhecimento do efetivo e as aposentadorias freqüentes concorrem para a diminuição do pessoal da ativa e agravam esta situação, concluiu.