- agosto 22, 2016
CLEDISON GONÇALVES É CONTRA O SISTEMA DE SOBREAVISO PARA POLICIAIS
“O sindicato é muito claro a respeito desse assunto: nós somos contra o instituto do sobreaviso”. Este alerta foi feito hoje pelo presidente Cledison Gonçalves, do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil – Siagespoc, ao falar sobre sua posição a respeito da prática do sobreaviso, dispositivo usado em muitas delegacias do interior, tais como Confresa, Nova Xavantina, São Felix do Araguaia e Jaciara, para contornar o problema da falta de pessoal do setor.
A escala de sobreaviso é um instrumento utilizado frequentemente pelos delegados de polícia, por meio do qual mantêm a delegacia funcionando, mas exigem do policial que trabalhe além da sua carga constitucional. De acordo com Cledison Gonçalves, se por um lado o instituto do sobreaviso permite o funcionamento precário de algumas delegacias, por outro lado penaliza o investigador que se submete a ele, pois impõe a perda do direito ao descanso.
“Se o governo precisa aumentar o efetivo, que faça concurso público e admita mais policiais. Nós somos radicalmente contra o sobreaviso, pois o policial tem que ter o seu horário de descanso respeitado”. É esta a orientação do presidente do Siagespoc ao investigador da Polícia Civil , cuja opinião é radicalmente contrária ao cumprimento do sobreaviso, por se tratar de um mecanismo que prejudica os policiais.
Embora tenha uma posição pessoal contra o sobreaviso, Cledison Gonçalves informou que a Diretoria Jurídica do Sindicato entende a questão de modo diferente. “Eles recomendam o ajuizamento desta questão, para o Judiciário se manifestar”. Mas sua expectativa é de que a decisão judicial será pela manutenção do direito do trabalhador.
O sindicato tem feito cobranças ao governador do Estado e ao secretário de segurança para que o Estado regularize a questão das horas extras, ou seja, que regulamente o direito às horas extras porque, na situação atual, o policial acaba trabalhando também durante o seu horário de folga em muitos finais de semana.
O sindicalista argumenta que os delegados deveriam ser mais sensíveis com relação a essa questão. “Portanto, o delegado não pode convocar esses investigadores para jornadas de sobreaviso, uma vez que durante o sobreaviso o policial fica praticamente de prontidão, não pode sair com a família, nem se divertir, isto é, não pode fazer praticamente nada a não ser esperar o chamado do delegado, caso surja alguma ocorrência”, explicou.
CARÊNCIA DE PESSOAL Sindicalista critica carência de pessoal na Polícia Civil, situação que penaliza policiais do interior com jornada dupla Fonte: Siagespoc – MT
Edição: 22.08.2016
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