- agosto 26, 2016
CONCURSO PARA ÁREA MEIO PODE LIBERAR PESSOAL PARA ÁREA FIM
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil – Siagespoc, Cledison Gonçalves, afirmou hoje que vai recomendar ao governador Pedro Taques que realize concurso para a área meio da Polícia Civil, para a contratação de pessoal que execute serviços administrativos. “A intenção é por em prática uma estratégia mediante a qual todos os investigadores (ou a maioria deles) retornem à área fim, a área para a qual prestaram concurso”, explicou.
Gonçalves disse que o Estatuto da Polícia Civil permite tal iniciativa ao prever concurso para a área administrativa. É esta a solução que imagina para que os investigadores que fazem trabalho burocrático voltem às delegacias.
Atualmente existem 137 investigadores lotados na Diretoria Geral da Polícia Civil, além de 49 escrivães e 14 delegados, segundo levantamento do sindicato, números estes que o sindicalista considera exagerados. Para ele, é inadmissível uma instituição desviar tantos profissionais da atividade fim para utilizá-los somente na atividade meio.”Isso é um absurdo, principalmente num momento em que a sociedade clama por segurança”, frisou.
Ele explicou que só no governo Pedro Taques, que tem pouco mais de um ano e meio, cerca de um mil policiais já tomaram posse. Mesmo assim, tanto as delegacias do interior quanto as da capital continuam com baixo efetivo. “Em contrapartida, a violência continua crescendo em ritmo acelerado; nós gostaríamos de saber onde está lotado esse pessoal”, questiona ele.
O presidente do Siagespoc avaliou em mais de 300 os investigadores desviados de função, em serviços administrativos. Enquanto isso há muita delegacia com carência de pessoal. “Nós temos delegacias na iminência de serem fechadas como a de Santo Afonso, que conta só com dois investigadores, e mesmo assim estão querendo trazer um para Cuiabá; na de Porto dos Gaúchos existem quatro investigadores, e um deles faz o papel de escrivão porque não tem escrivão naquela unidade”.
Ele lembrou que há pouco tempo o Estado fez concurso para escrivães. ”Onde estão esses novos escrivães que foram contratados recentemente, se tais contratações não conseguiram atender nem o básico?”, indaga ele.
No último concurso a DGPC contratou 426 investigadores para atender delegacias do interior, mas desse total, 126 estão voltando para a capital, sob o argumento de que é preciso reforçar a segurança aqui, porém muitos deles voltam para trabalhar na área administrativa dentro da Diretoria ou da Academia de Polícia. Cledison também quer saber qual o critério levado em conta nesses casos. “Por interesse de quem foi tomada a decisão de trazê-los para a Capital, é o questionamento que fazemos”, destacou.
Gonçalves disse ter ouvido a informação de que há investigadores a disposição de políticos, situação com a qual não concorda, porque o Estado precisa do policial civil no exercício pleno de suas funções nas delegacias.
REMOÇÕES
Com relação às remoções ficou inicialmente acordado com o Conselho Superior que 126 investigadores seriam transferidos do interior para a Capital. E que os critérios considerados seriam os constantes da portaria vigente naquela data.”Só que do dia para a noite mudaram a portaria, e também muitos policiais estão sendo transferidos para Cuiabá sob o argumento do estado de necessidade”, informou o presidente.
Ele concorda com as transferências de policiais para a formação do GARRA, por entender que essa força é uma unidade importante para a policia civil e que há policiais que preenchem os requisitos exigidos. Mas manifesta-se contra a maioria das transferências do interior, no Conselho Superior, por ter convicção de que esses setores podem ser ocupados por policiais que já estão na capital. “Não sabemos se há ingerência política ou não, mas em muitas transferências fica um ponto de interrogação”, estranha.
POLÍCIA CIVIL Contratação de pessoal para serviços administrativos permitirá reduzir o número de investigadores que estão desviados de função Fonte: Siagespoc – MT
Edição: 26.08.2016
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