- abril 20, 2017
SINDICALISTAS AVALIAM QUE MANIFESTAÇÃO ATINGIU AS EXPECTATIVAS
Apenas as lideranças dos sindicatos que representam os policiais (civis, rodoviários federais, agentes prisionais e socio-educativos) participaram da manifestação em Brasília, esta semana, contra a PEC 287, a proposta de emenda constitucional de reforma da Previdência. Priorizou-se a convocação de investigadores do estado de Goiás e do Distrito Federal, de modo a facilitar o deslocamento desses manifestantes, de acordo com Jânio Bosco Gandra, presidente da Confederação Brasileira das Polícias Civis – Cobrapol.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil de Mato Grosso – Siagespoc, Cledison Gonçalves da Silva, participou da reunião de planejamento do ato (17) e dos protestos (18) na Esplanada dos Ministérios, que reuniu cerca de cinco mil manifestantes.
Na avaliação dele, o ato devia pacífico, sem o confronto com a Polícia Legislativa, mas isso acabou acontecendo, conforme as cenas de enfrentamento divulgadas pela imprensa de todo o país. “A situação se agravou quando a polícia da Câmara impediu a entrada de manifestantes que pretendiam protocolizar documento pedindo a cassação do deputado Artur Maia, relator da emenda da reforma da Previdência, por falta de decoro parlamentar”, explicou.
Ele disse que apoiou todas as fases da manifestação porque concluiu que não podia ser de outra forma. E considera que a tendência do movimento é crescer cada vez mais, já que o governo pretende simplesmente anular direitos adquiridos dos policiais civis brasileiros, direitos estes conquistados a custa de muita luta. Para Cledison Gonçalves, a expectativa é que a população brasileira continue aglutinando forças contra mais esta reforma do Governo.
Gonçalves informou ainda que além dos policiais civis, participaram do ato policiais federais, rodoviários federais e agentes prisionais, mas no momento do confronto somente os policiais civis se dispuseram a ir para o enfrentamento.
O presidente Gandra, da Cobrapol, elogiou a repercussão do protesto, analisando que a população apoia a luta dos policiais civis e do povo brasileiro contra essa mudança nas regras da aposentadoria. Ele afirmau que o presidente Temer e o Congresso Nacional não têm moral para fazer essas reformas, e acusou o relator Artur Maia de falta de decoro parlamentar, por estar a serviço da Odebrecht, Brasken, Bradesco Previdência, Itaú Previdência, Banco Santander – empresas que têm interesse na previdência privada.
Gandra lembrou que a intenção “não é mais somente cuidar da nossa categoria, reconhecendo que essa reforma, ainda que venha amenizar a questão dos operadores da segurança pública, é maléfica para toda a população brasileira”. Ele citou o caso do policial que, ao morrer, deixará seus pensionistas contando com apenas 50% dos seus rendimentos, observando que “isso a gente não pode admitir porque desestimula o policial; a tendência será o crime crescer cada vez mais em nosso país”, disse.
Cledison Gonçalves afirmou que o efeito das manifestações já foi possível sentir quando o Governo anunciou que vai retirar cinco anos [do limite de idade para a aposentadoria dos policiais]. “Antes esse limite era 60 anos, mas ontem (19) mesmo, depois da nossa mobilização, o Governo abaixou esse limite para 55 anos, mas ainda assim nós não podemos negociar direitos”, declarou.
Além de baixar o limite de aposentadoria de policiais para 55 anos, o sindicalista disse que a integralidade e a paridade dos salários são itens que precisam ser mantidos.
QUEDA DE BRAÇO As lideranças consideram que as mudanças no projeto da reforma da Previdência vieram por causa dos protestos dos policiais civis Fonte: Luiz Cesar de Moraes
Edição: 20.04.2017
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