A Polícia Civil de Mato Grosso não participará da manifestação dos trabalhadores em Brasília, quarta-feira da próxima semana, dia 24. Esta decisão foi tomada pelos presidentes dos sindicatos dos delegados, investigadores e escrivães, respectivamente, Dr. Wagner Bassi, Cledison Gonçalves da Silva e David Nogueira, após reunião realizada esta semana para discutir os prós e contras da participação da categoria nesse movimento.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil de Mato Grosso – Siagespoc, Cledison Gonçalves da Silva, resumiu a opinião dos sindicalistas, ao afirmar que “neste momento, em que Polícia Civil, Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) mantêm conversações com o Governo Federal em busca de um modelo de aposentadoria diferenciado para a categoria, é mais prudente manter o foco em uma única reivindicação”.
A explicação de David Nogueira, do Sindepojuc, segue um raciocínio semelhante. Ele disse que as lideranças sindicais da Polícia Civil de Mato Grosso consideram que o movimento do dia 24 não é uma manifestação específica das polícias, algo exclusivo das forças policiais, mas um protesto que envolve todas as carreiras. “Se nós estamos negociando a aposentadoria especial há tanto tempo, com chance real de sermos atendidos, não podemos correr o risco de um retrocesso a esta altura dos acontecimentos”, destacou.
Outra coisa que pode influir negativamente na pretensão dos policiais civis é que agora, depois das denúncias publicadas contra o presidente Temer, vêm sendo divulgadas notícias de que a manifestação do dia 24 será transformada em um movimento pró-diretas já, a favor do impeachment, desvirtuando totalmente o foco da reivindicação, segundo explicou Davi. “É por causa disso e em função do alto custo que representa uma viagem dessas, que os três sindicatos se reuniram e decidiram não aderir a essa ida à Brasília”, pontuou.
O presidente do Sindicato dos Delegados, Dr. Wagner Bassi, também apresentou um argumento parecido. Ele disse que a categoria está no meio de uma luta contra a reforma da Previdência, reivindicando um modelo exclusivo para a Polícia Civil, com critérios diferentes, condição que ele considera incompatível com a discussão que vai acontecer em Brasília, cuja pauta ele classifica como “muito genérica”. Mas as lideranças foram unanimes em dizer que quem quiser participar deve se sentir à vontade para ir à Brasília.
POLÍCIA CIVIL Representantes dos delegados, investigadores e escrivães da Polícia Civil querem manter as conquistas da categoria Fonte: Luiz Cesar de Moraes
Edição: 19.05.2017
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