- maio 14, 2019
POLICIAIS CIVIS DE ARIPUANÃ SOFREM COM FECHAMENTO DE CADEIA PÚBLICA
Fechar a cadeia pública de Aripuanã, município a 1.200 quilômetros de Cuiabá, no norte do Estado, foi uma decisão imatura e precipitada do Governo, que tentou resolver um problema, mas acabou criando outros, de igual ou maior gravidade. Foi esta a conclusão da presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de Mato Grosso – Sinpol-MT, Edleusa Mesquita, sobre a situação observada hoje naquela cidade.
Os principais prejudicados são os investigadores de Polícia, que agora também cuidam de presos, uma função de agente prisional. Não bastasse isso, os policiais de Aripuanã às vezes também precisam tirar dinheiro do próprio bolso para comprar alimentação para os presos.
Eles fazem uma conta simples: em oito plantões mensais, o policial precisa desembolsar R$30 reais por dia para pagar almoço e jantar para um preso, levando-se em conta que todo dia há pelo menos um preso na delegacia. Esta situação não é justa, pois cuidar da alimentação do preso é função do Estado.
Esta situação é agravada pela localização geográfica da cidade, que fica a 150 quilômetros de Colniza e a 258 quilômetros de Juína. Como a ligação é por estrada de chão, muitas vezes conduzir um preso para Colniza ou Juína demora até cinco horas, principalmente em época de chuva, quando a trafegabilidade é muito precária. O município também não conta com juiz e nem tampouco há delegado na delegacia de lá.
O efetivo de investigadores de Aripuanã, para uma população de 22 mil habitantes, é muito reduzido frente ao mínimo necessário para garantir a segurança da população. Lá atuam empresas nacionais e multinacionais, funcionam garimpos e empresas agropecuárias em um cenário em que a criminalidade tende a aumentar quando o Estado não provê as condições mínimas de trabalho à polícia, segundo afirmou a presidente do Sinpol-MT.
Edleusa Mesquita prometeu tomar as medidas cabíveis para melhorar as condições de trabalho dos investigadores de Polícia de Aripuanã. Para ela, não basta mostrar o problema e pedir soluções, mas o papel do sindicato é agir em todas as frentes para ser atendido. Afinal, cuidar da segurança dos cidadãos é dever do Estado, segundo enfatizou.