- julho 27, 2017
“FIM DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL NÃO ACABA COM O SINDICALISMO”
A crença de que o fim da contribuição sindical obrigatória definida pela Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17) decrete a morte dos sindicatos brasileiros não é compartilhada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil de Mato Grosso – Siagespoc, Cledison Gonçalves da Silva. Ele crê que os sindicatos de luta, os que defendem verdadeiramente os interesses da categoria, haverão de sobreviver.
Na concepção dele, não existe outro mecanismo de luta por melhores condições de trabalho e de remuneração, que não seja através do sindicato. “Ou o servidor se filia e ajuda a fazer um sindicato forte, ou ele está fadado ao fracasso”. Ao mesmo tempo em que ele defende um sindicato aguerrido, que se dedique aos interesses da categoria que representa, Cledison critica o sindicalismo de pasta, “uma excrescência que já devia ter acabado há muito tempo”.
O presidente do Siagespoc revelou que nunca concordou com o fato de a contribuição sindical ser cobrada, indistintamente, de todos os trabalhadores. Ele acha injusto que os filiados a um sindicato, que contribuem todo mês, sejam também obrigados a contribuir com mais um dia de trabalho. E argumenta ser favorável à manutenção da contribuição sindical apenas para os que não são filiados ao sindicato.
Ele lembra que, os não filiados se beneficiam das lutas da entidade sindical de sua categoria, sem fazer nenhum esforço para isso, razão pela qual são esses que deveriam ser chamados à responsabilidade por meio da obrigatoriedade do pagamento da contribuição sindical. “Por mais incrível que pareça, é esse o segmento que, mesmo sem fazer nada pela categoria, ainda se torna crítico ferrenho dos que lutam em prol dos sindicalizados”, lamentou.
“Afinal, ninguém tem que trabalhar de graça e defender propostas de interesse de toda uma categoria, e aceitar que não filiados (que não participam das manifestações) usufruam dos benefícios obtidos”, concluiu.
REFORMA TRABALHISTA Presidente do Siagespoc diz que os sindicatos de luta sobreviverão mesmo após reforma a trabalhista entrar em vigor Fonte: Luiz Cesar de Moraes
Edição: 27.07.2017
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