• julho 4, 2019

Volta a MT após manifestações em Brasília

Volta a MT após manifestações em Brasília

A manifestação dos policiais civis, federais, rodoviários federais e dos sistemas sócio educativo e prisional em Brasília, nesta terça-feira (2), foi um movimento ordeiro e pacífico, muito bem organizado, e que contou com a participação de um grande número de trabalhadores da área de segurança que se sentem prejudicados por não terem direito à aposentadoria especial no texto da Reforma da Previdência, ora em discussão no Congresso Nacional.

O objetivo da viagem foi mostrar a todo o país a insatisfação  com o texto da reforma da Previdência. De Mato Grosso participaram 200 policiais, enquanto que o total de participantes na manifestação era de três mil policiais.

Infelizmente, o Relator da Reforma da Previdência e alguns membros da comissão se mantêm intransigentes, recusando-se a reconhecer que as forças que compõem a Segurança Pública desempenham uma atividade de risco, e que merecem ser reconhecidas por isso, conforme comentou hoje a presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de Mato Grosso – Sinpol-MT, Edleusa Mesquita.

Os integrantes da caravana viajaram com a expectativa de sensibilizar os deputados federais que compõem a Comissão da Reforma e o presidente da República, Jair Bolsonaro, quanto à necessidade de terem um tratamento diferenciado por conta do trabalho que desempenham. Enfrentar situações arriscadas faz parte do trabalho do policial civil, a quem cabe combater o crime organizado, manter a ordem pública e arriscar a própria vida em prol do cidadão.

Quem criou este texto da Reforma da Previdência não tem conhecimento do trabalho da polícia, carece da experiência mínima sobre os perigos vividos no dia a dia do policial ao desempenhar o seu trabalho, e também demonstra falta do tato necessário para reconhecer que os trabalhadores da segurança precisam ter um tratamento especial, conforme analisou a presidente do Sinpol-MT.

Se aprovado como está, o texto da Reforma da Previdência criará uma situação em que os policiais não terão o mesmo empenho que sempre tiveram no enfrentamento da criminalidade; ninguém mais vai doar a vida em prol do cidadão; a segurança pública acabará sendo fragmentada; estando previsto ainda o surgimento de uma verdadeira guerra dentro da segurança pública, com a previsão de grandes perdas para o cidadão.

Edleusa Mesquita disse sentir-se feliz pelo fato de a Polícia Militar ter sido valorizada com a conquista dos direitos que pleiteava, mas ressaltou que a Segurança Pública não funciona apenas com uma instituição.

Não é porque a Polícia Militar usa farda e tem maior visibilidade nas ruas que merece ter um tratamento diferente do que é dispensado à Polícia Civil. Se por um lado os policiais militares têm uma atuação ostensiva, por outro, a Polícia Civil é quem se incumbe de toda a atividade policial, de procedimentos, como o boletim de ocorrência, o inquérito policial e as investigações. “A Polícia Civil desempenha um trabalho macro, mas não está sendo valorizada por isso”, segundo disse.

Muito embora a garantia de um tratamento diferenciado à Polícia Civil tenha sido dada em uma reunião anterior entre a Confederação Brasileira dos Policiais Civis – Cobrapol e a União dos Policiais dos Brasil – UPB, com o presidente da República, Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, a líder do Governo no Congresso, Joice Hasselman(PSL-SP), e o Chefe da Casa Civil, deputado Ônix Lorenzoni (DEM-RS), nada disso aconteceu. Os líderes sindicais permanecem em Brasília, acompanhando o trabalho da comissão.

A sindicalista agradeceu a participação de todos os manifestantes, principalmente os investigadores de Polícia, que paralisaram seus afazeres, deixaram suas famílias e fizeram uma viagem cansativa, de cerca de 18 horas de ida e 18 horas de volta, e mais um dia inteiro em uma atividade intensa de protestos. Ela elogiou a coragem e a determinação de todos, que foram lá para mostrar “que um filho seu não foge à luta”.

 

 

 

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