- agosto 4, 2015
Agendas Policiais
O ano político de 2015 começou em Mato Grosso sob o Governo Pedro Taques prometendo auditorias e mais auditorias. De fato, as encaminhou. Não sem um forte stress social porque o paradeiro da economia estadual juntou-se ao imenso paradeiro da gravíssima crise brasileira.
Nos primeiros seis meses o clima de insegurança nos negócios e nos fornecedores do governo estadual mexeu muito na economia que estava estabilizada há longo tempo no entorno do Estado.
De fato, era necessário impor um tom de moralidade, sob pena da nova gestão não manter a confiança que recebeu nas urnas justamente nessa direção. As críticas dos setores políticos, da economia e da sociedade, mais o tempo, levaram o governo estadual a perceber que não podia ficar parado no atoleiro do revisionismo.
Desde então vem levantando teses ligadas ao desenvolvimento e acenando com o planejamento que desde Dante de Oliveira não constava da pauta de Mato Grosso. A Assembléia Legislativa não percebeu que entrou na mesma agenda policial e ficou presa no atoleiro sem gerar discussões ou propostas positivas.
As discussões giram em torno da herança de gestão, mas não inovam. A Casa tem três CIPS: a de Sonegação e Renúncia Fiscal, das Obras da Copa, e das OSS, que estão patinando desde a sua criação e lutam pra sobreviver minimamente.
Foram criadas no auge da onda de auditorias, numa desesperada tentativa de resgatar a desgastada imagem da Casa. Porém, a onda passou. O que se fez se fez. A sociedade quer da Assembléia Legislativa respostas objetivas e positivas ligadas aos projetos de desenvolvimento atual e futuro de Mato Grosso. Quer teses!
Traduzindo em linguagem fria, além das confusões criadas na gestão da atual Mesa Diretora, as CPIs só trouxeram desgastes à imagem. Na prática, a Assembléia continuou com a agenda policial, enquanto o governo do Estado que a inspirou deu um passo adiante. A enorme crise brasileira ainda não pegou completamente o Governo de Mato Grosso, mas não o deixou impune.
O andamento do paradeiro nacional vai alcançar o agronegócio e a economia mato-grossenses no plantio da safra 2015/2016 que será menor e com menos investimentos e no giro de dinheiro e logo, na arrecadação de impostos. O desdobramento virá na indústria, comércio, transportes e serviços a partir de 2016.
Parece faltar que alguém diga à Assembleia Legislativa que seu papel é maior do que cuidar de pobres agendas policiais, que quase sempre não resultam em nada concreto.
ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.
onofreribeiro@terra.com.br
www.onofreribeiro.com.br
Fonte: A Gazeta
Edição: Siagespoc – MT
Crédito Imagens: Google