- fevereiro 10, 2017
CLEDISON VOLTOU OTIMISTA COM REPERCUSSÃO DO PROTESTO
A nossa viagem à Brasília era necessária, o saldo da manifestação foi muito positivo, e nós retornamos com a sensação do dever cumprido. É essa a avaliação que o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil de Mato Grosso – Siagespoc, Cledison Gonçalves da Silva, faz sobre a participação de mais de 250 representantes mato grossenses na manifestação de policiais de todo o País ocorrida quarta-feira (8) na Capital Federal.
O balanço do movimento, contudo, vai mais além, segundo ele, pois a categoria decidiu manter a mobilização a nível nacional para acompanhar a tramitação da PEC 287 no Congresso Nacional. “Caso seja necessário”, destacou, “nós voltaremos à Brasília para deixar claro ao Governo que precisamos ser reconhecidos como uma atividade de risco”, explicou. O objetivo desta luta é pela conscientização de que o futuro do policial civil está em jogo: “se perdermos a aposentadoria especial, nossa categoria perde a razão de existir”, frisou.
Ele detalhou as conversações em Brasília, informando que o deputado João Campos (delegado de polícia) ouviu o presidente Michel Temer dizer que a PEC 287 já está tramitando na Câmara, mas acenou com uma alternativa: segundo o parlamentar, o caminho é apresentar uma emenda à PEC, precedida da coleta de 187 assinaturas de parlamentares, que faça as alterações solicitadas pela categoria através de uma lei complementar nos moldes do Art. 40, Parágrafo 4º da Constituição.
Essa emenda vai assegurar que as condições para que os profissionais da segurança se aposentem sejam definidas através de uma lei complementar, semelhante à lei complementar 51/85. O foco dessa emenda é reconhecer a atividade da Polícia Civil e do Sistema Prisional como atividades perigosas.
O líder sindical considerou a participação dos policiais civis de Mato Grosso na manifestação de Brasília como uma decisão importante e necessária, porque, segundo disse, “até então nós não tínhamos nenhum fato concreto com relação ao reconhecimento da situação diferenciada da Polícia Civil por parte do Governo Federal, e agora nós temos, pois o presidente reconheceu essa situação na conversa com o deputado João Campos”.
Além do deputado federal João Campos, cerca de 29 parlamentares também estão comprometidos com a causa da Polícia Civil – que é ficar fora da PEC 287, com direito à aposentadoria em tempo diferente do tempo das demais profissões.
Para o presidente do Sindepojuc, David Nogueira, esta mobilização demonstrou a preocupação da categoria com o costume do governo em querer agir sem priorizar o diálogo. “A mobilização foi importante para demonstrar à sociedade e imprensa os danos que a proposta irá causar, tanto para a Polícia Civil, quanto para a sociedade”, disse.
“O ato superou as nossas expectativas e acreditávamos no sucesso, tanto que viemos em cinco ônibus com profissionais de Mato Grosso, mas esse foi apenas o primeiro passo porque as discussões começaram agora com a instalação da comissão especial que vai avaliar a PEC 287. Esperamos que logo no início dos trabalhos os deputados envolvidos estejam conscientes da necessidade da retirada da Polícia Civil da reforma da previdência”, avaliou Davi.
SALDO POSITIVO O presidente Michel Temer admitiu para o deputado João Campos que o Governo reconhece a Polícia Civil como atividade de risco Fonte: Luiz Cesar de Moraes
Edição: 10.02.2017
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