- julho 30, 2015
Diretoria do SIAGESPOC realiza fórum em Peixoto, Alta Floresta e Sinop
O Sindicato dos O Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso, o Siagespoc, promoveu em Peixoto de Azevedo, Alta Floresta e Sinop o Fórum Estadual Investigador de Polícia. Os encontros aconteceram entre os dias 22 e 24 de julho, respectivamente.
A diretoria do Siagespoc ouviu dos policiais civis um relato detalhado da situação da Segurança Pública na região norte de Mato Grosso, que não diferente do quadro que se apresenta em todo o estado. O presidente do Sindicato, Cledison Gonçalves da Silva, fez um relato assustador e indignado da situação de trabalho dos policiais, em que falta de tudo, de alimentação até viaturas para atender ocorrências.
O Siagespoc está fazendo um relatório com os apontamentos feitos no fórum que será entregue ao Governo do Estado.
Veja a seguir alguns pontos destacados por Cledison
Peixoto de Azevedo – Viaturas e Cadeias
“Realizamos o Fórum Estadual Investigador de Polícia em Peixoto de Azevedo com grande sucesso. Estavam presentes 90% dos investigadores da região. No encontro foram debatidos vários assuntos, o principal como sempre é o efetivo de investigadores da Policia Civil de Mato Grosso. Compõe a regional os municípios de Itaúba, Terra Nova, Marcelândia, Matupá e Guarantã do Norte. Em Itaúba foi encontrada uma situação gravíssima. São apenas dois investigadores, em Terra Nova um investigador, Marcelândia um investigador, Matupá um investigador e Guarantã três investigadores.
A situação é caótica. A Regional de Peixoto estará recebendo 19 novos investigadores e a informação que tivemos é que dos 19 que estavam chegando, três já haviam acertado a volta para Cuiabá. Mesmo que fique com os 19 investigadores na Regional, o problema continuará, pois se forem lotados três em cada delegacia, que tem apenas um, o efetivo ainda será insuficiente.
No município de Terra Nova, na delegacia constatamos que não existe viatura. Como pode uma delegacia sem viatura? Como funciona terá condições de funcionar? Matupá tem apenas um investigador, assim como em Marcelândia. A questão é como pode haver segurança e um trabalho de investigação bem feito nestas condições?
Queremos chamar a atenção para o fato que na região existem sérios problemas com as cadeias. Só existe uma que está superlotada. A situação chega ao cúmulo de não ter vaga na cadeia. Quando é feito algum flagrante tem que aguardar a soltura de um preso para aceitar outro. Isso é uma vergonha para o estado de Mato Grosso. Esperamos que providências sejam tomadas, visto que estivemos no local onde seria construído o presídio, em Peixoto de Azevedo, e a obra está em completo estado de abandono.
Nas delegacias não tem celas dignas para abrigar seres humanos. As cadeias estão super lotadas e interditadas pelo Judiciário. Outra situação grave é que não existe condições adequadas para receber menores infratores e mulheres. A situação é de desespero”.
Alimentação
“Vamos mais uma vez cobrar ações do governo quanto ao fornecimento de alimentação aos plantonistas que atuam no interior do estado. A alimentação é fornecida aos policiais plantonistas na capital e em Várzea Grande, assim como para os policiais militares que atuam em Cuiabá e nos municípios do interior. Estamos insistindo com o governador que corrija tal distorção. Não é possível tratar os policiais desta forma distinta. Pedimos ao governador que providências sejam tomadas, pois não há como melhorar a segurança sem resolver esses problemas básicos do dia-a-dia do policial civil”.
Problemas comuns
“Nas regionais de Rondonópolis, Alto Araguaia, Peixoto de Azevedo, Alta Floresta e Sinop os problemas encontrados são praticamente os mesmos: falta de efetivo, veículos inadequados (isto quando tem), prédios em péssimo estado de conservação, falta de armamento e munições, falta de cursos de reciclagem. Em muitas delegacias do estado não se cumpre a Constituição quanto a carga horária de 40 horas semanais dos policias. Policiais são lotados no interior, mais poucos ficam, pois políticos interferem nas transferências. As celas onde ficam os presos parecem chiqueiros para porcos, pois não tem higiene alguma. Os investigadores não recebem as diárias para viagem, o pagamento só é feito depois da viagem. Os últimos investigadores que saíram da academia receberam munições de treino para usarem em possíveis combates. Armas antigas e obsoletas, policiais atendendo ocorrências e transportando presos sozinhos.
Portanto, há muito por ser fazer, esperamos que seja dado início a essas ações, pois não há como pensar em um estado onde o povo tenha o mínimo de segurança com o quadro que temos atualmente. Esperamos ações urgentes e eficientes. O Sindicato através do presidente, está colaborando, levando até o governo estes fatos constatados in loco.
Nas reuniões pelo interior, temos constatado que os últimos 300 alunos da Academia da Polícia Civil que já estão sendo encaminhados para as delegacias, receberam armas antigas e munições de treino. Queremos que providências sejam tomadas para corrigir tal equívoco. Segurança é coisa séria, não podemos brincar com vidas alheias. Fica difícil acreditarmos que haverá grandes mudanças na segurança pública se não temos os materiais básicos para desempenho da função. Não ter armamento adequado, não ter munição e não ter viatura para atender a ocorrência, creio que seja a falência total”.
Fórum Sindicato constata situação caótica nas delegacias Fonte: Siagespoc – MT
Edição: Siagespoc – MT
Crédito Imagens: Siagespoc – MT