- novembro 14, 2017
FÓRUM SINDICAL RECLAMA DO ESCALONAMENTO E ATRASO DOS SALÁRIOS
Representantes do Governo de Mato Grosso reuniram-se hoje com membros do Fórum Sindical, integrado por 32 sindicatos de servidores públicos do Poder Executivo, para falar do atraso no pagamento dos salários. Pelo escalonamento que fez, o Governo anunciou que paga hoje quem ganha de R$5 mil a R$10 mil líquidos (segunda etapa), ficando para a próxima semana o grupo que ganha acima disso, que significa 3,2% dos servidores.
Longe de contentar-se com essa explicação, a maioria dos integrantes do Fórum Sindical externou muita insatisfação com o atraso salarial, que já se arrasta muito além da previsão mais otimista.
O coordenador do Fórum Sindical, Cledison Gonçalves da Silva, que preside o Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil – Siagespoc, disse que a unanimidade do Fórum é contra o escalonamento no pagamento dos salários. Ele defendeu o servidor público, alegando tratar-se de um trabalhador que precisa receber o salário, e de modo prioritário, já que a maioria absoluta não tem outro rendimento.
Cledison da Silva lembrou que os demais poderes, como Legislativo e Judiciário, e Ministério Público, já pagaram os seus servidores, ficando no prejuízo apenas os servidores do Poder Executivo. E voltou a acusar o Governo de beneficiar um pequeno segmento de empresas com a concessão de incentivos fiscais (da ordem de R$4 bilhões de reais ao ano), em detrimento de um grupo muito maior forçado a engolir goela abaixo o atraso de salários.
Ele foi enfático na cobrança ao secretário, Júlio Modesto, da secretaria de Gestão, de que o Fórum espera, há muito tempo, que o Governo informe a relação das empresas que recebem incentivos fiscais e quais os valores concedidos a cada uma dessas empresas. Eu não consigo entender como o Governo, que alega estar endividado, continue a conceder isenção de receitas a empresas em valores impressionantes.
O sindicalista também cobrou o secretário quanto ao atraso dos repasses dos recursos dos sindicatos. Ele deixou claro que “o repasse desse dinheiro não poderia ser atrasado, protelado, ou esperar a conclusão do pagamento de todas as faixas salariais, como tem sido feito, porque esses recursos não são dinheiro público, não pertencem ao Estado, razão pela qual não deveriam nem entrar no caixa do Estado”.
Até agora foram pagos 88% dos servidores, com salários de até R$5 mil líquidos, hoje deverão ser pagos mais 18% dos trabalhadores, na faixa salarial de R$5 mil a R$10 mil líquidos, ficando por último 3,2% dos servidores, com salários acima desta faixa.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde – Sisma, Oscarlino Alves, também lamentou a situação imposta pelo Governo ao servidor público, afirmando que todos são iguais, todos têm família, e se uma parte recebe e a outra não, todos ficam expostos.
TENSÃO E REVOLTA Governo tenta explicar, mas sindicalistas demonstram indignação com a forma escalonada do pagamento dos salários Fonte: Luiz Cesar de Moraes
Edição: 14.11.2017
Crédito Imagens: Luiz Cesar de Moraes