- março 18, 2021
Policiais vão às ruas da capital protestar; cobram vacina e o não congelamento de salários
Policiais civis, militares e do Sistema Socioeducativo de Mato Grosso foram às ruas de Cuiabá protestar contra a demora na vacinação dos agentes que atuam na linha de frente de combate à pandemia da Covid-19. Em carreata no final da tarde desta quarta-feira (17), eles também denunciaram a política de desvalorização do serviço público. Mais de 150 veículos circularam da arena Pantanal até o Centro Político Administrativo, sede do executivo estadual. Levaram cartazes com fotos dos policiais da ativa que morreram vítimas da pandemia.
Até o momento, Mato Grosso contabiliza cinco investigadores e um escrivão que faleceram em decorrência de complicações da Covid-19. Mas, na lista do governo à vacinação para agentes que compõem as Forças de Segurança será após a vacinação dos presos.
O movimento é uma ação nacional encabeçada pela Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis – Cobrapol, que ocorreu de maneira simultânea em todos os estados, em defesa da essencialidade da polícia. Pois, além de celeridade na vacinação, os policiais protestam contra o desmonte da Segurança Pública provocado pela Reforma Administrativa, que dentre outras diretrizes, determina o congelamento de salários pelos próximos 15 anos, bem como veta a realização de concurso público.
Em Mato Grosso, o protesto foi organizado pelo Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil de Mato Grosso (Sinpol-MT), presidido por Gláucio de Abreu Castañon, em parceria com o Sindicato dos Escrivães (Sindepojuc), presidido por Davi Nogueira.
A organização contou ainda com a parceria do Sindicato dos Profissionais do Sistema Socioeducativo (Sindpss-MT), presidido pelo agente Paulo Cesar, e a Associação dos Sargentos, Subtenentes e Oficiais Administrativos. Integraram o movimento Especialistas da Polícia Militar e Bombeiro Militar Ativos e Inativos de Mato Grosso (Assoade), presidida pelo 2º Tenente Luciano Esteves, além do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado de Mato Grosso, presidido pelo policial rodoviário federal Paulo Vinícius Barros de Assis.
Gláucio Castañon, do Sinpol, eleito recentemente um dos três dirigentes do Fórum Sindical de Mato Grosso, disse que este é o primeiro de uma série de ações de mobilização a serem realizadas por forças policiais de todo o país. “Objetivo foi sensibilizar o governo para acelerar a vacinação dos policiais. Nossas pautas administrativas também estão à mesa. Queremos garantir o não à reforma administrativa que desmonta o serviço público e condições de trabalho”, informou Gláucio.
Davi Nogueira, do Sindepojuc, disse que o movimento superou as expectativas pela participação das categorias que se sentem prejudicadas com a falta de atenção do governo.
“Foi um movimento importante porque passamos nosso recado das duas pautas, a celeridade da vacinação e o desmonte da Segurança Pública. Uma forma de chamar a atenção para o que está acontecendo e precisa ser resolvido o mais rápido possível. Não podemos cruzar os braços e deixar que mais policiais sejam vítimas da Covid-19. É preciso reconhecer que o nosso trabalho é de alto risco, um deles é o combate às aglomerações. Precisamos ter a garantia da imunização o mais rápido possível. A exemplo desses cartazes que estampam as fotos dos colegas policiais que estavam trabalhando, pegaram Covid e morreram”, questionou Davi.
Os cartazes foram expostos na entrada da Secretaria Estadual de Segurança Pública – SESP, no Centro Político Administrativo.
No interior, os policiais também cruzaram os braços por uma hora em frente das delegacias.
No dia 4 de março, as três categorias que compõem a PJCMT (Escrivães, Investigadores e Delegados), protocolaram um ofício à Diretoria Geral da PJC solicitando a prioridade na vacinação.*Com assessoria do Sindopojuc-MT