• dezembro 28, 2018

Cobre responsabilidade do Estado

Cobre responsabilidade do Estado

O Policial Civil, como outros membros da segurança pública, faz muito mais que sua obrigação legal em favor da população e em benefício do estado. Os valorosos homens e mulheres saem todas as manhãs de suas casas deixando suas famílias sem saber se regressarão com sua integridade física preservada ou, até mesmo, se conseguirão regressar. Como se não bastasse o estresse do trabalho diário nas delegacias, um clima de insatisfação toma conta dos policiais civis do Estado do Mato Grosso.

Esses nobres servidores, representando o Estado, dão suas vidas em defesa da sociedade e nem o pagamento justo de seu trabalho estão recebendo, e além do mais ficaram sem receber a compensação do 13º salário de 2018. E ainda escutam de gestores do executivo que o Estado terá redução de custos na segurança pública e que farão ações para que a tropa fique motivada. Parece até piada, mas é a triste realidade.

Diante deste cenário, escrevo este artigo para os nobres Policiais Civis, e nem vou falar em união, pois nem compensa, afinal, ao que tudo indica, nunca haverá qualquer união entre os Policiais Civis, já que existem três classes distintas em que cada um pensa que é melhor que a outra, mas esquecem que no fim, todos estão na mesma “merda”.

Na Polícia Civil, as coisas funcionam da seguinte maneira: todos reclamam da falta de respeito do estado para com o servidor público, mas, ninguém faz efetivamente nada para mudar as coisas. Vejo policiais reclamando que o governo não tem plano de manutenção para as delegacias, viaturas ou para os equipamentos… então… por que você, policial, cobre o buraco deixado pelo governo? Por que você se vira e arruma peça para a VTR? Por que você se vira e conserta os equipamentos com problemas por falta de manutenção? Por que você, policial civil, aceita transportar preso de uma cidade para outra sozinho devido ao baixo efetivo?

A sociedade não sabe que nós policiais fazemos “vaquinha” as vezes para compra toner ou cartucho de tinta de impressora para trabalhar, pagamos internet para registrar B.Os, compramos lâmpadas para que a delegacia não fique no escuro e não pare o atendimento, fazemos ligações do nosso celular pessoal pois a franquia do celular funcional acaba no meio do mês. E se formos acionar o Estado, levará mais de ano para chegar, e, se chegar. Os Gestores do Executivo, espertamente, se beneficiam desse comportamento de dedicação dos nobres policiais e com isso perdemos o respeito e a consideração do Estado.

Enquanto nós, policiais civis, continuarmos a dar um “jeitinho” em uma peça para a VTR, em um almoço para preso para que o mesmo não fique com fome pois o estado não fornece, pela  manutenção do ar condicionado na delegacia, não teremos o devido reconhecimento e ficaremos a mercê da benevolência dos Gestores do Executivo que acham que pagar salário em dia é luxo, que nem sabem quantas horas um policial civil trabalha e acreditam que os mesmos descansam demais.

Você, Policial Civil, pare de fazer o que é obrigação do governo. Cumpra o seu papel legal, registre, formalize… promova a justiça na medida das condições que o Estado lhe fornece.

*Aurélio Mendanha é Investigador da Polícia Civil de Mato Grosso

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4 Comments

  • Parabéns pelo Artigo. Os cargos dos Investigadores e Escrivães deveriam ser um só. Só não o são porque foi plantada a sementinha da discórdia, por um(a) ex-presidente do Sindicato dos Escrivães, dizendo que eles são mais “UP”, ou seja, melhores que os investigadores. E, infelizmente, do lado dos Investigadores, acham que os Escrivães não são Polícia. Se for por este raciocínio, o cargo “mor” da Instituição também não o é, pois não vai pra rua, pra nada, além de ficatem, em sua maioria, no ar-condicionado.

    • Obrigado, estamos Junto na luta.

  • Parabéns colega. Concordo plenamente com você.

  • Parece que esse texto serviu pra nós, polciais militares também, tem muita coisa aqui que retrata bem a nossa realidade e encaixou como uma luva para nós.

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