- setembro 21, 2016
SIAGESPOC CRITICA REFORMA QUE RETIRA DIREITOS DO TRABALHADOR
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil de Mato Grosso – Siagespoc, Cledison Gonçalves, reforçou hoje (21), em entrevista ao programa Vivacidade, da TV Cuiabá, as críticas que fez ontem (20) ao governo do Estado, durante assembleia geral do Fórum Sindical. Participaram da assembleia os representantes de 32 sindicatos das diversas categorias do funcionalismo público estadual, além de cerca de 900 servidores, que se reuniram em frente à Secretaria Estadual de Gestão – Seges para falarem dos problemas que ameaçam o funcionalismo.
Vários temas foram discutidos na assembleia, dentre os quais as dificuldades do Governo de equilibrar suas contas e ameaças de prejuízos que serão infligidos aos trabalhadores por conta das reformas administrativa e previdenciária. Falou-se ainda do sucateamento dos serviços prestados pelo Estado, iminência de atraso de pagamento dos salários, LDO sem a previsão de recursos para pagamento da RGA 2017, e necessidade de revisão do repasse do duodécimo aos Poderes.
Cledison Gonçalves manifestou sua indignação com a ameaça que pesa sobre o servidor público com relação a possibilidade de perda de direitos adquiridos que estão previstos na reforma da previdência. E afirmou que não aceitará que o Governo retire qualquer direito conquistado pelos investigadores da Polícia Civil, considerando que “houve muita luta para conquistarmos esses direitos”.
Ele se posicionou contra qualquer reforma previdenciária, tanto do governo federal quanto do estado, sem que antes sejam corrigidas algumas distorções. “Nós temos que ir para as ruas mostrar nossa indignação contra as mudanças que nos prejudicam”, exortou ele. Segundo Cledison, “a nível federal, não se pode aceitar a reforma da previdência enquanto não taxarem as grandes fortunas neste país, muitas delas roubadas dos cofres públicos”.
E voltou a criticar o pagamento da verba indenizatória, vantagem considerada imoral pelos integrantes do Fórum, mas que é comum em todos os poderes, também lembrada por ele como um tema que deve necessariamente ser discutido antes de qualquer reforma. O sindicalista considera um absurdo o governo querer jogar os trabalhadores de setores especiais, como é o caso da Polícia Civil, em uma vala comum. “Eu duvido que os responsáveis por essas reformas tenham coragem de fazer o serviço que o policial faz”, frisou.
“Os servidores públicos entendem que o Governo não pode fazer qualquer reforma sem antes corrigir distorções absurdas, como a não taxação do agronegócio; o governo alega que precisa aumentar a receita, mas há contrapontos com relação a esta questão: por que não taxar o agronegócio? Por que o Estado repassa tanto dinheiro aos poderes, a ponto de os poderes pagarem verba indenizatória a uma grande parte dos servidores”, questiona.
Gonçalves disse que a verba indenizatória foi uma forma legal encontrada pelo Governo para ludibriar o teto salarial, ou seja, existe um teto salarial no serviço público segundo o qual nenhum servidor pode ganhar mais do que um ministro do Supremo. “Mas aí eles criam esse dispositivo através do qual algumas categorias chegam a ganhar até cem mil reais por mês”. É por isso que ele diz não aceitar qualquer reforma que prejudique o servidor público sem que primeiro se corrijam tais distorções.
Ele lembrou que o povo elegeu Pedro Taques para governador sob a promessa de que o governo iria corrigir situações desse tipo. ”Enquanto isso, a primeira coisa que se fala quando se discute a reforma trabalhista é em aumentar a carga horária do trabalhador, tirar direitos sagrados dele, como hora extra, 13º salário e férias”. Cledison crê que o trabalhador não pode ser responsabilizado por pagar a conta dos desmandos de muitos governos de Mato Grosso.
FÓRUM SINDICAL Cledison Gonçalves é de opinião que o ônus dos desmandos dos governos não deve recair sobre as costas do trabalhador Fonte: Siagespoc – MT
Edição: 21.09.2016
Crédito Imagens: