O tráfico de drogas é o motor que gera o recrudescimento da violência no Brasil inteiro e nós precisamos combatê-lo sem trégua. Essa é a opinião do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil de Mato Grosso – Siagespoc, Cledison Gonçalves da Silva, que participou nesta sexta-feira (4) de uma audiência pública em Cáceres, sob o tema Zona de Fronteira – Tráfico de Drogas e o Crime Organizado.
O evento foi realizado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, com a participação do Exército Brasileiro, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Civil e Militar, além de representantes da sociedade civil organizada.
O objetivo da audiência foi discutir a situação do tráfico de drogas na fronteira de Mato Grosso com a Bolívia, e o aumento da violência que essa atividade criminosa provoca em todo o território brasileiro, notadamente nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Para Cledison Gonçalves, a intensificação da discussão desse tema terá desdobramentos muito positivos na melhora da segurança pública do País como um todo.
Nada menos que 250 toneladas de cocaína são produzidas por ano pela Bolívia e, pelo menos 90% desse total vem para o Brasil, como destino final ou como corredor de passagem para países da Europa e os Estados Unidos. As apreensões, segundo lembrou Gonçalves, chegam a uma tonelada por ano, volume este que os participantes das discussões consideram inexpressivo frente ao total do tráfico de drogas que consegue chegar ao seu destino.
O presidente do Siagespoc lamentou que o esforço do Governo concentre-se mais no ataque às consequências do problema, em vez de priorizar o combate às causas, que podem ser identificadas na facilidade encontrada pelo crime organizado de realizar o tráfico de drogas, como também o tráfico de armas e munições na região da grande Cáceres. A grande extensão da fronteira seca do Brasil com a Bolívia, e o policiamento precário nessa região são os principais fatores que agravam esta situação.
É necessário que as autoridades brasileiras promovam a união de forças para que o combate ao tráfico de drogas seja mais eficiente. É preciso combater o crime organizado na fronteira do Brasil com a Bolívia, fortalecendo as instituições que têm essa responsabilidade, disse o sindicalista.
Ele informou que mesmo com um efetivo reduzido, já que as regionais da Polícia Civil de Cáceres e Pontes e Lacerda contam com não mais do que 40 policiais, a instituição tem conseguido desempenhar o seu papel a contento. Mas ele defendeu o aumento desse efetivo, para que a ação da polícia seja mais eficiente. A preocupação dele se assemelha à preocupação das demais autoridades, isto é, empreendero o combate constante ao narcotráfico, que deixa um rastro de destruição em todo o território nacional.
AUDIÊNCIA PÚBLICA Audiência pública em Cáceres discutiu o combate à violência no Brasil a começar pela repressão ao narcotráfico na fronteira com a Bolívia Fonte: Luiz Cesar de Moraes
Edição: 07.08.2017
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