O Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso, o Siagespoc, foi destaque no jornal A Gazeta de Cuiabá. A edição do dia 19 de julho trás uma matéria com o presidente do Sigespoc, Cledison Gonçalves da Silva, falando sobre a situação da Segurança Pública em Mato Grosso. A reportagem destaca a falta de efetivo e de delegacias de polícias em inúmeros municípios. Entre outros pontos, a matéria ressalta que “20% dos municípios não contam com delegacias instaladas para atender a população e outras 40 estruturas da Polícia Civil não dispõem de delgados atuando de forma permanente”.
Leia a seguir a matéria na íntegra:
"Em Mato Grosso, 20% dos municípios não contam com delegacias instaladas para atender a população e outras 40 estruturas da Polícia Civil não dispõem de delegados atuando de forma permanente. As informações fazem parte de relatórios elaborados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
Conforme o documento, em Mato Grosso existem 171 delegacias distribuídas em 114 municípios. O restante, 27 cidades, estão desprovidas deste serviço, que é oferecido por delegados e policiais civis de unidades vizinhas.
Para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso (Siagespoc), Cledison Gonçalves da Silva, a situação da Segurança Pública estadual é crítica, uma vez que conta somente com metade do número de investigadores necessários para atender a população de forma adequada.
Cita que o quadro de funcionários conta 1.928 profissionais, enquanto o adequado seriam quatro mil para que o trabalho fosse realizado corretamente, respeitando servidores e população. Pontua ainda que do total de investigadores, 185 estão afastados por motivos diversos, como licença médica, afastamento, férias, ou estão cedidos para outros órgãos.
O relatório da Sesp demonstra que quatro delegacias do interior de Mato Grosso não contam com nenhum investigador, 15 somente com um profissional e 13 com duas pessoas desenvolvendo a função. O reflexo deste cenário, segundo Gonçalves, é a sobrecarga de trabalho imposta aos investigadores, além da prestação de um serviço menos eficiente para a sociedade.
“Como fica o plantão onde tem apenas um investigador? Ele não descansa?”.
Gonçalves comenta que há muito tempo os policiais civis não dispõem de segurança e estrutura para desenvolvimento das atividades, impactando no crescimento da violência em todo o Estado. “Isso reflete diretamente no trabalho. No Estado, somente 20% dos crimes são investigados. Afirmo ainda, seguramente, que pelo menos 30% vítimas de roubos e furtos não chegam a registrar boletim de ocorrência, porque sabem que não vai dar em nada”.
No entendimento do presidente, a falta de investimentos gerais na área de segurança pública em um estado como Mato Grosso, que faz fronteira com a Bolívia e, com isso, é rota do tráfico de drogas internacional, contribui com os índices de violência e práticas de crimes diversos, dos furtos aos homicídios.
Lembra que pelo menos 80% dos crimes registrados têm relação com o tráfico ou uso de drogas. “Isso não é segredo para ninguém, mas ainda assim há vários governos não vemos preocupação em mudar essa realidade e quem paga é o cidadão, o policial”.
O presidente do Sindicato dos Delegados de Mato Grosso (Sindepo), Adriano Rúbio, avalia que não existe a necessidade de instalação de delegacias em todos os municípios para que o atendimento seja realizado. Comenta que algumas cidades pequenas, como Nossa Senhora do Livramento, pode ter a demanda atendida por cidades vizinhas. Cita ainda que não há reclamações registradas no Sindicato pelo fato de um delegado ter que atuar em mais de uma delegacia no interior do Estado.
Quanto a estrutura das delegacias, pondera que não é a ideal, mas também não há reclamações no Sindepo".
Presidente do Siagespoc fala sobre a situação da Segurança em MT Fonte: Siagespoc – MT
Edição: Siagespoc – MT
Crédito Imagens: A Gazeta