• maio 4, 2017

SINDICALISTA VÊ FIM DOS SINDICATOS COM APROVAÇÃO DE REFORMAS

SINDICALISTA VÊ FIM DOS SINDICATOS COM APROVAÇÃO DE REFORMAS
Na minha concepção, o povo tem pouco conhecimento das causas das reformas que o Governo Federal quer impor à população. Precisamos entender melhor o que está por trás dessas mudanças. Foi com essa declaração que o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil de Mato Grosso, Cledison Gonçalves da Silva, abriu a entrevista concedida hoje ao jornalista Luiz Poção, do programa Veracidade, da Televisão Cuiabá.
 
De antemão, ele afirmou que todos os trabalhadores terão perdas com essas reformas. “Embora quem reforme sempre espera obter algo aprimorado, como quando reformamos a nossa casa, por exemplo, a reforma administrativa e da previdência, para citar apenas as principais, não trarão nenhuma melhora para o trabalhador brasileiro”, afirmou. “Elas vêm para subtrair direitos dos trabalhadores” acrescentou.
 
Foi assim com todas as reformas da previdência que o Governo fez até hoje, como é o caso da Emenda Constitucional nº 20, as Emendas Constitucionais 41 e 47, que apenas tiraram direitos dos trabalhadores, não acrescentando nada de melhora na vida do nosso sofrido povo, recordou.
 
A grande revolta do movimento sindical com relação a essas reformas, segundo Cledison Gonçalves, é porque o governo não fez uma discussão democrática, não levou essa discussão para as bases, que são os trabalhadores, para explicar a eles a necessidade dessas reformas e provar aos trabalhadores que havia a necessidade de se fazer tais reformas. ”Isso não aconteceu”, acusou ele, lembrando que a discussão ficou restrita apenas a Brasília.
 
Ele não poupou a classe política, recordando que “em Mato Grosso nós não tivemos registro de nenhum parlamentar que tenha encabeçado um movimento para orientar o trabalhador”. De acordo com Cledison, “nenhum dos oito deputados federais da bancada mato grossense na Câmara Federal, nem os três senadores que nos representam promoveram debates para discutir a terceirização, o teto dos gastos, ou a PEC da reforma trabalhista ou da Previdência”.
 
“Nós não tivemos nenhuma discussão, nós não ouvimos nada, pelo contrário quando se convida um deputado federal para um encontro de sindicatos ou para um debate desses, eles simplesmente não comparecem”, reprovou.
 
Na opinião de Gonçalves, que tem participado de eventos em vários estado, ouvindo  estudiosos da área previdenciária e trabalhista, professores de diferentes universidades brasileiras, todos dizem que essas reformas trarão prejuízos profundos aos trabalhadores. “Todos perderão direitos, além do que as reformas não ocorrem por causa dessa conotação falsa colocada pelo governo de que a previdência está quebrada ou porque o sistema trabalhista ou o sistema empresarial estão quebrados”.
 
“O que esses estudiosos afirmam é que o Brasil hoje é um país economicamente inviável, pelo fato de termos uma dívida impagável, que ultrapassa os R$4,5 trilhões, e essa informação não se vê na maioria dos canais de televisão do Brasil”, explicou.
 
O sindicalista denunciou essas reformas como o pano de fundo para a pretensão do Governo de continuar pagando os juros de mais de R$500 bilhões da nossa dívida externa, contraída pelos estados com o aval da União, que hoje chega ao patamar de R$4,5 trilhões. “Isso, obviamente, é uma exigência dos credores internacionais, que temem a hipótese de que não haja reformas e sobrevenha um calote, como já ocorreu em casos semelhantes com outros países”, pontuou.
 

Ele disse que ao mesmo tempo em que retira direitos do trabalhador o governo decreta, também, de forma inevitável, o desmonte dos sindicatos. Cledison observou que “muitos sindicatos deixarão de existir, incluindo centrais e federações, porque não terão receita e não há como fazer movimento se você não dispuser do financeiro, que é o principal”. E disse: como o fim da contribuição sindical, automaticamente você acaba com 80% a 90% dos sindicatos. 

PANO DE FUNDO Cledison Gonçalves: ao retirar direitos dos trabalhadores, Governo mira no enfraquecimento geral do movimento sindical Fonte: Luiz Cesar de Moraes
Edição: 04.05.2017
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