• março 22, 2019

SINPOL-MT DENUNCIA DELEGADO DE POCONÉ AO MP POR ASSÉDIO MORAL

SINPOL-MT DENUNCIA DELEGADO DE POCONÉ AO MP POR ASSÉDIO MORAL

Quando um funcionário reclama do chefe, é preciso atenção; se são duas reclamações, a apuração do fato deve ser criteriosa; mas se vários reclamam, aí tais casos exigem uma investigação rigorosamente minuciosa e destemida. É este o entendimento da presidente do Sinpol-MT, Edleusa Mesquita, sobre a denúncia de assédio moral na Polícia Civil, e pede uma providência a respeito. 

Casos que
configuram assédio moral, principalmente de delegados contra investigadores,
passaram a ocorrer com muita freqüência na Polícia Civil, e ficaram tão comuns
que o Sindicato teve que sair em defesa dos investigadores, conforme explicou a
presidente.

Um documento do Sinpol-MT ao promotor de Justiça de Poconé, Alexandre Dalas, com cópia à Corregedoria da PJC, comunica e pede providências sobre o comportamento do delegado que foi transferido para lá há menos de dois anos, acusado de assédio moral contra investigadores lotados naquela delegacia. O ofício também denuncia casos de assédio moral registrados em outras delegacias de Mato Grosso.

O
investigador Daniel Panhan oficiou à Delegacia Regional uma série de desmandos
do delegado, entre os quais a realização de reuniões com portas trancadas para
intimidar os policiais de Poconé, prometendo enviar os nomes deles para a
corregedoria e ameaçando ‘desenterrar’ situações a serem, igualmente,
informadas à corregedoria. O tratamento desrespeitoso do delegado foi novamente
relatado nesta denúncia.

Lúcio Alcântara, de seu lado, também encaminhou ofício neste sentido, acrescentando que o delegado lembrava, com freqüência, o fato de que ele teria deixado uma investigadora (Patrícia) sozinha em uma diligência, com a intenção de ameaçá-lo de levar essa informação à Corregedoria.   

Quando o delegado ainda atuava em São José do Xingu, ele foi autor de uma sindicância na qual acusou investigadores de desrespeitarem sua ordem e terem prevaricado durante o serviço. A outro, ele denunciou de tê-lo ameaçado, e, ainda, a mais dois, ele acusou de manterem uma rusga entre si que atrapalharia o serviço na delegacia.

A verdade
dos fatos, contudo, não coincide com a versão do delegado. Ficou comprovado que
foi o delegado quem tratou os investigadores de forma desrespeitosa e tentou
obrigá-los a realizar ato ilegal, dando-lhes ordem pelo telefone para que
interrogassem presos – uma competência privativa de delegado de Polícia.

Em Confresa,
o mesmo delegado demonstrou mais uma vez não ser preparado para o cargo,
fazendo denúncias sem provas e distorcendo os fatos. Desta vez, ele acusou um
investigador de difamação e de tê-lo tratado com desrespeito, quando quem agiu
assim foi ele próprio, conforme ficou apurado, ao fazer declarações falsas
sobre um investigador e a namorada. Tanto o investigador quanto a namorada dele
negaram a versão do delegado. 

A conclusão do documento é que o referido delegado costuma posar de vítima, mas essa condição não resiste à primeira análise: ele é o verdadeiro ator nos litígios que levantou e deve ser investigado com o mesmo rigor que os demais policiais civis. Sabe-se, ainda, que outros investigadores erngrossam as reclamações contra o assédio moral praticado pelo delegado, mas temem represálias.

A presidente
do Sinpol-MT afirmou que os fatos são graves, exigindo a instauração de um
procedimento administrativo para que a verdade prevaleça e o culpado seja
responsabilizado por seus atos.

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